terça-feira, 31 de março de 2009

Olhos de prisma

O que seria de mim sem o brilho e as cores que meus olhos contemplam?
Paisagens da minha janela tão imaginária e inocente.
Pessoas tristes, pessoas felizes meus cristais redondinhos reluzem.
O que seria de mim sem a luz do universo, uma imagem, um fim de tarde, um flash, um déjà vu?
O que seria das flores se não houvesse quem as olhasse e contemplasse sua magnífica beleza?
O que seria do arco-íris se depois de uma tempestade não virássemos os olhos para o tapete voador colorido?
Ele enxugaria as lágrimas da chuva e cantaria uma canção – Carrossel iluminado!
Lembranças lúdicas de um dia de chuva, tão sereno, tão pleno em poesia, tão doce calmaria – Ai, infância querida!
Meus olhos brilhavam por uma boneca e os carneirinhos que eu contava antes de dormir participavam dos meus sonhos.
O que seria de nós se não enxergássemos o bem?
Decerto seríamos seres sem brilho, sem alegria, sem cor.
Seríamos espectro de um mundo em frangalhos, sem esperança ou absolutamente nada a que se apegar.
Seríamos somente um sol apagado, um rio que secou, nuvens dissipadas que viajaram para bem longe.
O que seremos se não cultivarmos o respeito entre os homens?
A franqueza dos olhos é a arma do ser.
Sejamos pessoas corretas para que a cor do mundo volte a brilhar.
Sejamos felizes e somente.

Aos que me fazem acreditar que o mundo ainda tem jeito.
(02.10.07)

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