terça-feira, 31 de março de 2009

Olhos de prisma

O que seria de mim sem o brilho e as cores que meus olhos contemplam?
Paisagens da minha janela tão imaginária e inocente.
Pessoas tristes, pessoas felizes meus cristais redondinhos reluzem.
O que seria de mim sem a luz do universo, uma imagem, um fim de tarde, um flash, um déjà vu?
O que seria das flores se não houvesse quem as olhasse e contemplasse sua magnífica beleza?
O que seria do arco-íris se depois de uma tempestade não virássemos os olhos para o tapete voador colorido?
Ele enxugaria as lágrimas da chuva e cantaria uma canção – Carrossel iluminado!
Lembranças lúdicas de um dia de chuva, tão sereno, tão pleno em poesia, tão doce calmaria – Ai, infância querida!
Meus olhos brilhavam por uma boneca e os carneirinhos que eu contava antes de dormir participavam dos meus sonhos.
O que seria de nós se não enxergássemos o bem?
Decerto seríamos seres sem brilho, sem alegria, sem cor.
Seríamos espectro de um mundo em frangalhos, sem esperança ou absolutamente nada a que se apegar.
Seríamos somente um sol apagado, um rio que secou, nuvens dissipadas que viajaram para bem longe.
O que seremos se não cultivarmos o respeito entre os homens?
A franqueza dos olhos é a arma do ser.
Sejamos pessoas corretas para que a cor do mundo volte a brilhar.
Sejamos felizes e somente.

Aos que me fazem acreditar que o mundo ainda tem jeito.
(02.10.07)

Lago de Prosa

Coração mergulhado num grande lago de prosa, carinhos e frenesi... Flores no cabelo, estrelas no chão... Fazem reluzir cristais nos meus olhos, olhos tristes que florescerão na primavera.

"A solidão neste verdadeiro paraíso é um bálsamo para o meu coração sempre fremente, que encontra sossego no doce calor da primavera."
(Goethe, Werther)

(11.06.2006)

Um recomeço

Tudo começou aos treze anos numa tarde como outra qualquer. Estava eu no meu quarto, pensando na vida, quando em minha cabeça foram se formando algumas frases bonitas e sem muito sentido. Na mesma hora agarrei uma folha de papel e uma canetinha que estava jogada na mesa e comecei a rabiscar aqueles versos de forma desordenada e livre, seguindo exatamente a regra estabelecida pela minha cabeça e meu coração. Logo percebi que tinha escrito uma poesia. Fácil assim? Não! Os erros de português eram evidentes, mas mesmo assim estava por findada minha "obra de arte". Assim que terminei saí correndo pela casa para mostrar aos meus pais o ocorrido: "– Pai, mãe, olhem o que eu escrevi!". Na mesma hora meu pai pegou o papel da minha mão e começou a ler em voz alta, como se estivesse narrando uma história. A felicidade e a realização foram tomando conta de mim de forma tão rápida e prazerosa que a partir dali eu não queria mais parar de escrever. Trazer poesias bonitas para uma leitura em voz alta com minha família se tornou cada vez mais frequente. A minha primeira poesia eu não me recordo se guardei, mas ela, decerto, foi a chave de entrada para esse mundo cheio de possibilidades, um refúgio para minha alma.
Estou procurando resgatar esse meu sentimento puro de "escritora" e venho compartilhar meus versos e desejos com todos vocês... Numa maneira bem simples, despejo minhas ideias e alegria de poder recomeçar.
Beijos e abraços da Na.